Setembro Amarelo é o mês mundial de prevenção do suicídio. É uma campanha antiestigma que visa sensibilizar e conscientizar a população sobre a questão. Em 2023 o tema é: “Se precisar, peça ajuda!” O suicídio é uma complicação dos transtornos mentais e um problema de saúde pública.
Segundo dados da OMS, cerca de 700.000 pessoas se suicidam todos os anos no globo. Uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos no mundo. E representa uma a cada 100 mortes registradas por qualquer causa . É a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos, atrás de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2016 e 2021, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos. Já entre adolescentes de 10 a 14 anos, o aumento foi de 45%.
Apesar de as taxas mundiais de suicídio estarem em declínio, as Américas estão na contramão do mundo, e os números vêm crescendo. Entre 2000 e 2019, a taxa global diminuiu 36%. No mesmo período, nas Américas, as taxas aumentaram 17%. No Brasil, o aumento foi de 11,8%.
O Brasil é o 8º em número de suicídios no mundo. Conforme dados do Ministério da Saúde, a triste estatística aponta 32 suicídios por dia no país. A cada 45 minutos, um brasileiro tira a própria vida. Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os estados com maior número de suicídios no Brasil. O Paraná é o 9º estado em índices de suicídio.
No país, os homens se suicidam mais que o dobro das mulheres . Embora os números sejam distorcidos, destacam-se também os profissionais da segurança pública, que apresentam taxa de suicídio maior que a da população em geral.
Em Curitiba, a escalada não foi diferente. Segundo informações do serviço de epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, entre 2021 e 2022, o número de notificações cresceu 24,5%.
Existem 13 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em Curitiba. Destes , dez são voltados para o atendimento adulto e três para atendimento infantojuvenil, visando oferecer uma assistência com abordagem multiprofissional. Os Caps tiveram o maior número de acolhimentos em 2022: mais de 1,1 mil casos por mês, em média. Além dos acolhidos (que são atendidos pela primeira vez), o número de pacientes ativos (que recebem acompanhamento) nos Caps também cresceu, superando 4,5 mil usuários por mês em 2022.
Segundo o psiquiatra Humberto Müller, o problema agrava-se em razão do baixo número de profissionais especializados, insuficiente número de Caps, além dos escassos serviços médicos ambulatoriais, como os baixos números de leitos para internação psiquiátrica.
O enfrentamento desse problema deve ser considerado tema prioritário, e se faz com políticas públicas que ofereçam alternativas terapêuticas multidisciplinares. Ter acesso ao psiquiatra e psicólogo salva vidas!
Carolina Maia
Advogada e Mestre em gestão ambiental
Vice-Presidente Conseg Seminário e Vila Izabel
Integrante do Movimento Vote Nelas Paraná e Conseg Mulher
Membro da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB/PR
Membro da Comissão de Estudos de Compliance Anticorrupção Empresarial da OAB/PR
Articulista do Jornal do Juvevê
Onde buscar ajuda:
• CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família , Postos e Centros de Saúde); A primeira consulta com a enfermagem pode ser agendada pelo aplicativo Saúde Já Curitiba ou pelo telefone 3350-9000;
• Emergência: UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais;
• Centro de Valorização da Vida (CVV) – Ligue 188 (ligação gratuita 24/7); São 3,5 mil voluntários e atendem uma média de 8 mil ligações por dia. Garantia de sigilo com respeito ao anonimato;
• Mapa da Saúde Mental, site que traz uma lista de locais de atendimento voluntário on-line e presencial em todo país; https://mapasaudemental.com.br/
• Pode Falar, um canal lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de ajuda em saúde mental para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. Funciona de forma anônima e gratuita, indicando materiais de apoio e serviço; https://www.podefalar.org.br/
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