Racismo é a conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou coletividade, relacionados a sua origem étnica, cor, sexo ou religião. Já o crime de injúria racial está associado ao uso de palavras depreciativas referentes a raça ou cor, com a intenção de ofender a honra da vítima.
Apesar de direito assegurado na Constituição Federal de 1988, o ranço da escravidão sofrida por índios e principalmente negros, mesmo após 134 anos da abolição da escravatura, ainda persiste em indivíduos que enxergam na cor da pele um requisito para discriminação.
É o racismo estrutural, uma convenção social que dá significado à forma como lidamos com o outro, a partir de construções valorativas pré-concebidas. Verdadeiros desequilíbrios nas relações sociais com base na cor da pele.
Do racismo estrutural advém o racismo institucional. Afinal instituições são formadas por pessoas. Nem sempre essa forma de racismo é evidente, sendo mais sutil e menos identificável. Por isso, praticamente não recebe condenação pública. Da mesma forma, o nosso Parlamento deve considerar legislar para punir não apenas o autor do ato racista, mas a organização, pública ou privada, que acoberta ou estabelece comportamentos desse tipo no seu coletivo.
É preciso ter como premissa básica o respeito pelo ser humano, qualquer que seja. Só conseguiremos uma mudança coletiva mudando o comportamento individual.
O que não deveria é estar em pauta a cor da pele de alguém. Mas, infelizmente, como sociedade brasileira, estamos longe de chegar nesse nível de amadurecimento.
O que fazer para mudar essa situação? Primeiro, formar indivíduos com senso crítico para que sejam cidadãos ativos e compromissados com a defesa e combate a qualquer tipo de manifestação racista, diante de qualquer indivíduo, seja conhecido ou desconhecido.
Segundo, e no meu ponto de vista um dos mais importantes, é enxergar uma sociedade sem cor, apenas indivíduos.
Eu sonho com o dia que a sociedade deixe de ver a cor de pele,
que a pessoa negra deixe de ser ponto de referência,
deixe de ser personagem de profissões como segurança, motorista ou diarista,
e que as pessoas os enxerguem apenas como seres humanos.
A raça é humana e é uma só, não se define por cor.
A consciência é humana.
E respeito não tem cor.
Carolina Maia - @carolinamaia.br
Mãe, advogada, publicitária, mestre em gestão ambiental
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