Esta é do tempo da faculdade e também não tem a ver com o bar.
Éramos um grupinho na faculdade e que toda última sexta-feira do mês, matávamos as últimas aulas, para ir jantar na Churrascaria Gaúcha, lá no Pinheirinho. Depois do jantar emendávamos em um dos muitos bailões da região até boa hora da madrugada. Ainda jovens e saudáveis, aproveitavamos a festa.
Numa dessas sextas em que fui escalado como motorista e que portanto deveria maneirar na bebida, correu tudo como normalmente ocorria, churrasco, cerveja, dança, paqueras, até a madrugada. Só que o Bruno, o único casado da turma, ao sair de casa pra ir pra faculdade, deixou o filho em casa sozinho, pois sua mulher estava viajando. Aconselhou:
- Filho, o papai vai para a escola e de lá vai sair pra jantar com os amigos. Você, fique em casa e tranque bem as portas por dentro. Quando eu chegar toco a campainha, você olha no olho mágico e só abre se for o papai.
Ao final da noitada saio entregando os colegas aos seus lares, paro em frente da casa e Bruno cambaleante sai do carro, abre o portão, agradece e vai “catando cavaco” pra varanda. Eu sigo com a entrega dos demais.
No final do ano nos reunimos todos para um churrasco na casa do Bruno, a conversa correu solta e a esposa dele nos contou que naquela sexta-feira em que ela havia viajado o Bruno chegou tão ruim em casa que não conseguia ficar em pé, tocava a campainha e aguardava que o filho abrisse a porta, o pequeno punha a cadeira em frente à porta, subia na cadeira, olhava pelo olho mágico e não via ninguém. O pai estava sentado e fora do alcance do visor.
Até que ambos pegassem no sono a cena se repetiu diversas vezes e a manhã encontrou pai e filho um de cada lado da porta roncando alto.
Watson
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