As mulheres são mais da metade da população brasileira. E representam 53% do eleitorado. Contudo, têm pouca representação política e ocupam 16% dos cargos eletivos, quando a média global é de 26,5%. Segundo a União Interparlamentar (UIP), o Brasil ocupa a 145ª posição no ranking de participação de mulheres na política, dentre 193 nações.
Desde o início da República, uma única mulher chegou ao Executivo (Presidência da República). Desde a instalação do STF, somente 3 mulheres chegaram à cúpula do Judiciário. E representam 1,8% dos ministros na história do Supremo. No Legislativo Federal, nenhuma chegou aos cargos de presidente na Câmara e Senado.
A representatividade feminina no Congresso Nacional é de 17,7%. No Senado, dos 81 senadores, 10 são mulheres, perfazendo o equivalente a 12,3%. O mesmo ocorre nas Câmaras de Vereadores, as mulheres representam apenas 16%.
No Executivo, a taxa é ainda menor. As mulheres representam menos de 13% (treze por cento) das prefeituras. E há somente 2 governadoras eleitas, dos 27 estados, o equivalente a 7,4%.
Um pequeno avanço na Câmara Municipal de Curitiba: das 38 cadeiras, 7 (18%) são ocupadas por mulheres. E destaque à Assembleia Legislativa do Paraná, que garantiu a maior bancada feminina da história. São 10 mulheres, das 54 cadeiras, o que representa 18,5%. Além de dobrar o número de deputadas, formalizou-se a criação da Bancada Feminina e a garantia da participação das mulheres na composição da Mesa Diretora. Um passo importante para dar voz às mulheres na política.
Uma pesquisa realizada em 125 países, publicada no “Jornal of Economic Behavior & Organization”, revelou que quanto maior a igualdade de mulheres no governo, menor o nível de corrupção. E nada tem a ver com genética, e independe do espectro político, apenas com o fato que mulheres que ocupam cargos políticos, formulam políticas públicas que efetivamente melhoram a saúde, educação e bem-estar. Outro estudo publicado na revista “Healthy Affairs”, revelou que a mortalidade infantil é menor no Brasil em todas as cidades geridas por prefeitas.
É imperioso conscientização, especialmente das eleitoras, sobre importância do voto e da presença de mulheres na política. A mulher tem um olhar mais carregado de humanidade, pelo próprio papel delegado pela sociedade. E possui maior conhecimento de causa sobre pautas femininas como aborto, assédio, maternidade e igualdade de gênero.
Carolina Maia
Advogada e Mestre em gestão ambiental
Integrante do Movimento Vote Nelas Paraná
Vice-Presidente Conseg Seminário e Vila Izabel
Membro da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB/PR
Membro da Comissão de Estudos de Compliance Anticorrupção Empresarial da OAB/PR
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