Outra que me vem de fora. É bem antiga e o mais provável é que tenha acontecido como descrevo aqui.
Eram gêmeos e como bons poloneses chegados numa biritinha, de família de grandes artistas de Curitiba frequentavam com certa frequência a boêmia local.
No carnaval dos anos 1960 os dois foliões se preparavam entusiasmadamente para os bailes. (Principalmente Venceslau que tinha alma mais carnavalesca) Confetes, serpentinas, lança perfume (que na época era usado sem maldade), fantasias, marchinhas decoradas na cabeça, reserva de mesa no clube, tudo, tudo pronto.
Ladislau que era mais tímido e que só se soltava no salão depois de ingerir muitas e boas doses de cachaça resolveu fazer um “esquenta” no boteco antes do baile, tomou uma, tomou duas, tomou outra e chapou o cabeção. Embriagado começou a aprontar no bar, provocou um, mexeu com outro, criou problemas. A desordem era tão grande que o bodegueiro mandou alguém chamar a polícia. Ladislau que estava bêbado, mas não era bobo, saiu de fininho e se mandou para casa.
Descrevo a cena: A polícia chega, ouve as reclamações do dono do bar, pede a descrição do arruaceiro e a direção à qual fugiu. Sai em perseguição. Não muito longe encontram o meliante e o trazem ao bar para ser reconhecido.
-É ele mesmo, seu guarda.
Informa o reclamante com o apoio dos demais frequentadores.
-Não sou eu, não sou eu.
Se queixa o apreendido.
De fato, Venceslau que nada tinha a ver com o ocorrido foi confundido com o irmão e levado à delegacia, ficou detido até o meio-dia da quarta feira de cinzas.
A família achando que estava na farra, não se preocupou em procurá-lo, o irmão engatava um porre atrás do outro e nem se deu conta. Restou a Venceslau ver o sol nascer quadrado durante o reinado de Momo.
Esta história me foi contada pela sobrinha dos gêmeos, o fato é verídico, os nomes fictícios, e eu dei uma floreada, pois ninguém (que eu saiba) tem os detalhes reais do ocorrido.
Watson
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