“A gente pode pensar diferente”, diz filho de tesoureiro do PT, antes de julgamento de acusado pelo crime
- Jornal do Juveve
- 11 de fev.
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A declaração foi dada em frente ao Tribunal do Júri de Curitiba, onde Jorge Guaranho, ex-policial penal, é julgado por homicídio duplamente qualificado contra o pai de Leonardo

Leonardo Miranda de Arruda, filho do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) e guarda municipal Marcelo Arruda, afirmou que as pessoas podem sim pensar diferente, sem por isso querer o mal do outro. A declaração foi dada em frente ao Tribunal do Júri de Curitiba, onde o à época bolsonarista Jorge Guaranho, ex-policial penal, é julgado por homicídio duplamente qualificado contra o pai de Leonardo.
Marcelo Arruda foi assassinado em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, em 9 de julho de 2022. Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), o crime teve motivação política, já que Guaranho não gostou da festa de aniversário de Arruda ter como tema o Partido dos Trabalhadores (PT) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele discutiu com Arruda, invadiu o local e depois voltou armado, onde disparou contra a vítima.
Para Leonardo, a motivação do crime é absurda, já que é possível sim pessoas terem pensamentos diferentes sobre a política e conviverem harmoniosamente. “A gente pode pensar diferente, pode ter candidatos diferentes. O que não pode é matar o outro por pensar diferente. Isso você faz na urna”, disse.
O filho mais velho entre os quatros de Marcelo Arruda lembrou com muito carinho do pai e chegou a se emocionar. “Era um paizão, protetor e estudioso. Uma história de vida sofrida e que foi de um vencedor na vida. Um super amigão e eu sinto muita falta dele. Quem sabe um dia a gente se encontra”, falou, segurando as lágrimas.Por fim, Leonardo destacou que a expectativa é que a Justiça seja feita. “Coração está acelerado e com muita ansiedade para esse dia. Confiantes que esse corpo juridíco vai exercer um grande trabalho e enfim vamos conseguir a tão esperada Justiça. Nem um filho mais precisa chorar a morte dos pais. É uma tamanha futilidade ser morto por uma decoração que o outro não concorda. Esperança de sair com um resultado favorável”, concluiu.
O advogado da família Arruda, Daniel Godoy, ressaltou a expectativa de uma pena de pelo menos 20 anos de detenção. “Depois de dois anos e meio teremos a realização deste júri. Esperamos que não haja adiamento e, em consequência do que foi comprovado, haja condenação do réu. Foram três vezes que houve adiamento, mas a gente espera que agora aconteça. O crime foi tão impactante que é impossível as pessoas de bom senso esquecerem o que ocorreu”, concluiu.
Julgamento em Curitiba
A escolha da Justiça por Curitiba para o julgamento se deu por um pedido da defesa de Guaranho, que alegou que se o júri acontecesse em Foz do Iguaçu, local do assassinato, haveria risco de parcialidade pelos jurados. Atualmente, o réu cumpre prisão domiciliar desde setembro do ano passado. A expectativa é de que júri dure pelo menos até quinta-feira (13).
Fonte: Nosso Dia
Foto: Nosso Dia
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